ENTREFLORES
Foto: Júlio Barêa Pastore
A Coordenação de Paisagismo e Dedetização (COPS) está apoiando o projeto de extensão na parte de logística.
O projeto de extensão "Entre Flores" visa aproximar a comunidade do Distrito Federal e Entorno do Distrito Federal de atividades da floricultura. Este projeto teve sua primeira realização em 2022, no qual trabalhou com crianças do jardim de infância de uma escola pública todas as fases de cultivo da Gailardia (espécie florícola), desde o plantio, passando por todas as fases de manejo, envolvendo a irrigação, adubação e manejo de pragas. Para este ano de 2024, o projeto "Entre Flores" fará parceria com outros projetos de extensão já existentes da Universidade de Brasília, sendo eles o projeto "Jardim de Sequeiro" e o projeto "Museu das Flores", ambos sob a orientação do Prof. Dr. Júlio Barea Pastore. Assim, o projeto irá cooperar com a ampliação do acervo do Viveiro-Escola da PRC/UnB e, também, atender demandas internas da UnB com montagem de arranjos florais para eventos institucionais com o uso de espécies nativas e plantas do paisagismo. Também visa estudar e divulgar o adequado manejo da irrigação de espécies floríferas e oferecer cursos e palestras, realizando atividades integradas da extensão com a pesquisa e o ensino.
Este projeto abordará diversas possibilidades da floricultura, contemplando o manejo da irrigação de espécies florícolas, irrigação de jardins e montagem de arranjos florais, tendo correlação com cursos de graduação e pós-graduação, como Agronomia, Arquitetura, Geografia e Biologia; As atividades de extensão também serão desdobradas em atividades de ensino e pesquisa, visto que será desenvolvido estudo sobre manejo da irrigação e seus resultados serão divulgados para a comunidade, além de que o desenvolvimento das atividades envolverá temas de irrigação, fisiologia vegetal, agrometeorologia, composição floral e estes poderão ser utilizados no ensino tanto da graduação quanto da pós-graduação; Como o projeto terá interação com as atividades do Viveiro-Escola da PRC - UnB e com as atividades de irrigação dos jardins da UnB, haverá fortalecimento desses serviços prestados por meio da qualificação dessas atividades; O projeto poderá atender às demandas internas da UnB na decoração de eventos internos da instituição por meio da montagem de arranjos florais com o uso de plantas nativas e, ou, plantas do paisagismo; As palestras e cursos que serão oferecidos qualificarão o público alvo no trabalho envolvendo tanto irrigação quanto montagem de arranjos florais, sendo possibilidade de trabalho e fonte de renda para os participantes; As ações também incentivarão o maior consumo de flores de vaso e flores de corte da comunidade geral, visando a melhoria da qualidade de vida por meio da vivência em ambientes internos com ornamentação floral.
No Brasil, o setor produtivo de flores e plantas ornamentais é uma vertente importante do agronegócio e vem apresentando crescimento econômico e potencial de crescimento e desenvolvimento. Ainda, destaca-se como atividade geradora de emprego e renda para produtores em todo o país (Pereira et al., 2016). Segundo dados da Ibraflor (2021), o setor brasileiro de flores e plantas ornamentais teve crescimento de 10% no ano de 2020, em relação ao ano anterior, e o país está entre os 15 principais produtores mundiais de flores, com potencial de crescimento e expectativa para que nos próximos anos esteja entre os 10 principais países produtores de espécies florícolas. Destaca-se a importância econômica deste mercado no cenário brasileiro, do qual faturou cerca de R$ 9,57 bilhões em 2020 e sendo responsável por 209 mil empregos diretos e 800 mil empregos indiretos (Ibraflor, 2021). Nas regiões Sudeste e Sul do Brasil se concentram a produção de flores e plantas ornamentais do país, com destaque para o Estado de São Paulo que é o principal produtor nacional, responsável por 60% da área de produção (Ibge, 2020; Ibraflor, 2021).
No Distrito Federal, a floricultura é uma das atividades do agronegócio com maior potencial de expansão futura, movimentando cerca de R$ 200 milhões anuais e sendo responsável por cerca de 3500 empregos. Isto, pois, a região apresenta o maior consumo per capita do Brasil, com consumo médio de R$ 44 habitante-1 ano-1, enquanto a média nacional é de R$ 26 habitante-1 ano-1. Contudo, estima-se que 80% do produto consumido no Distrito Federal é importado de outros estados brasileiros (Emater, 2018a; 2018b) o que indica possibilidade e oportunidade de crescimento do setor de floricultura para a região. O perfil do produtor de flores no Distrito Federal é de agricultura familiar. Por adotar baixos níveis tecnológicos, com emprego atenuado de sistemas de automação e irrigação, além de pouco investimento em estufa e estrutura, o setor de produção de flores e plantas ornamentais no Distrito Federal apresenta baixo índice de produtividade e qualidade do produto, considerando o potencial que a região possui por oferecer condições climáticas favoráveis ao cultivo (Neves e Pinto, 2015).
Considerando que o setor de produção de flores e plantas ornamentais no Distrito Federal apresenta baixo índice de produtividade e o potencial que a região possui por oferecer condições climáticas favoráveis ao cultivo, é fundamental o aperfeiçoamento das técnicas de produção, objetivando elevar a qualidade da produção e a rentabilidade financeira do produtor rural. Outra maneira de elevar a rentabilidade de tal atividade é agregar valor ao produto final, e isso pode ser alcançado por meio da montagem e venda de arranjos florais.
Texto: Projeto de Extensão ENTREFLORES